Blog •  14/02/2023

Fazenda do sul da Bahia alia alta produtividade e sequestro de carbono

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Propriedade sequestra 2,6 mil toneladas de carbono por ano utilizando melhoramento genético, pastagem de alta qualidade e tecnologia de ponta 

O respeito aos pilares da sustentabilidade econômica, social e ambiental estão presentes no dia a dia da Fazenda Baviera desde o início das atividades, em 1995. A propriedade, que tem a pecuária como atividade principal, pertence à EAO Agropecuária, localizada em Itagibá, no sul da Bahia.

Com foco na produção tecnificada e melhoramento genético, a fazenda de 6 mil hectares conta com um rebanho de 7,5 mil cabeças de gado e chega a comercializar 1,2 mil touros e mais de 600 matrizes por ano. Além disso, parte da propriedade é destinada à lavoura de cacau.

A oferta de pastagem de alta qualidade, aliada aos critérios de seleção e melhoramento genético, contribuíram para os índices acima da média registrados na fazenda. Com pasto e suplementação de correção ao longo do ano, o rebanho tem ganho de peso médio anual acima de 850 gramas e fertilidade de 91%.

“Nosso objetivo é a produtividade, e sempre produzir mais, com mais qualidade, em menor área, respeitando o meio ambiente”, diz o diretor da EAO, Maurício Souza Filho. 

Resultados econômicos e ambientais

Na fazenda, o gado é criado no pasto rotacionado, alguns para matrizes, com área de cerca de 20 hectares. A lotação total é de cerca de 1,6 UA por hectare na média geral. Na recria, os pastos são de 8 hectares – com lotação de cerca de 2 UA por hectare.

Souza conta que a fazenda tem áreas de produção que chegam a 1.500 quilos por hectare ao ano, sempre respeitando o manejo, a nutrição das pastagens e dos animais. Dessa forma, a propriedade consegue expressar o máximo ganho nas áreas, com menor custo. 

“Nós somos uma grande produção a céu aberto. E nosso maior fator de produção chama-se meio ambiente. Cada vez que você investe no meio ambiente, ele te devolve em resultados econômicos”, afirma.

O pecuarista pontua que a sinergia entre resultados econômicos e ambientais é cada dia mais crescente quando a pastagem é utilizada de forma adequada, com os protocolos corretos em relação ao meio ambiente, mantendo um solo produtivo, respeitando as áreas de preservação ambiental, o bioma e o microclima.

“Tudo isso é revertido em mais produtividade a cada dia. Quando nós cuidamos do pasto, é porque precisamos do solo. Com um pasto bem cuidado, bem formado, produtivo, você mantém a saúde do solo, sua matéria orgânica e micro-organismos”, ressalta.

Parceira tecnológica

A limpeza das pastagens é um dos desafios da propriedade. Para isso, o diretor da EAO conta com a parceria da Corteva Agriscience. “Tecnologia anda com tecnologia. Hoje temos pastagens bem formadas, livres de concorrência, de ervas daninhas, utilizando o protocolo Corteva Agriscience para a produção de pasto em larga escala e com produtos seguros e altamente tecnológicos”, enfatiza. 

Souza considera que “é preciso ter a melhor genética, mas também a melhor pastagem. É a melhor pastagem que vai expressar a melhor genética. Essa combinação de genética (EAO) e Corteva (pasto) é o que nos propicia produzir com alta tecnologia”. 

Fazenda Baviera, localizada em Itagibá (BA)

Plataforma-S e sequestro de carbono

Também é com o apoio da Corteva Agriscience e da Plataforma-S que a Fazenda Baviera, de olho na redução da emissão de gases de efeito estufa, mede a pegada de carbono por meio de uma metodologia desenvolvida com o apoio da Embrapa. Utilizando uma calculadora de emissões, a fazenda comprovou que é sustentável ao sequestrar 2,6 mil toneladas de carbono por ano. Com uma pecuária responsável, a propriedade já compensa todas as emissões de metano geradas pelo gado. 

“Nós temos os mesmos conceitos, o mesmo alinhamento, que agora é cada vez mais forte com a Plataforma-S nos trazendo a oportunidade de ganhos, não só ambientais como também sociais e econômicos”, diz Souza, que é um Pecuarista-S.

A Plataforma-S é um conjunto de iniciativas sustentáveis da Corteva Agriscience que tem quatro compromissos principais: evolução da pecuária nacional, com o desenvolvimento de novas soluções, tecnologias, serviços e inovações; sinergia dos membros desta cadeia, em busca de uma pecuária sustentável; práticas sociais que conectem a comunidade e a atividade pecuária; e ações voltadas para a sustentabilidade do meio ambiente, como menor uso de embalagens, redução de emissão de gás carbônico e treinamento de pecuaristas e produtores. Entre os projetos da Plataforma-S, estão o Pecurista-S, que visa boas práticas de manejo e balanço do carbono; o Ambiental-S, relacionado ao cuidado com a natureza e o futuro; o Hectare-S, envolvido com as pequenas propriedades; e a Escola-S, que investe em ensino e novas oportunidades.

Agricultura sustentável

O sul da Bahia tem mais de 250 anos de história com o cultivo de cacau. Na Fazenda Baviera, o espaço destinado para o plantio da fruta ocupa 80 hectares de área total irrigada. Atualmente, são produzidas ali cerca de 10 mil arrobas de cacau por ano, destinadas à produção de chocolate.

Adquirida em 2008, a área recebeu plantas melhoradas geneticamente, com alta produtividade e tolerantes à vassoura-de-bruxa e à podridão-parda. Isso aconteceu em uma área de pastagem, sem impactos na vegetação nativa e favorecendo a biodiversidade com melhoria do ecossistema e sequestro de carbono.

“O pecuarista é o mais interessado na preservação do meio ambiente, porque nós dependemos do meio ambiente para produzir. Então, ninguém mais do que o pecuarista, o homem do campo, para saber a importância do meio ambiente”, finaliza.

Calculadora de emissões de gases

A ferramenta de cálculo utilizada na Fazenda Baviera foi desenvolvida em parceria entre o World Resources Institute (WRI), Embrapa e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).  Ela permite calcular as emissões de GEE por meio de metodologias específicas para a realidade nacional e focadas em fontes de emissão não mecânicas.

A WRI recomenda que a ferramenta de cálculo seja utilizada em conjunto com as Diretrizes Agrícolas Brasileiras (DAB), que orientam o mapeamento e delimitação das fontes de emissões que devem ser incluídas no inventário de GEE de uma empresa do setor agrícola.

A combinação destas ferramentas garante a consistência dos resultados de emissões de GEE com as diretrizes propostas pelo Projeto GHG Protocol Agrícola. Estes recursos permitem que os produtores possam incluir o reporte e a mitigação de emissões de GEE em suas estratégias de produção e planejamento anual.

Além de identificar oportunidades de redução de emissões de GEE e rastrear o progresso nas metas de redução, as empresas poderão informar os resultados aos investidores e aos consumidores finais, respondendo às demandas nacionais e internacionais por produtos menos intensivos em carbono.

Clique aqui e assista a entrevista completa exibida no programa Pasto Extraordinário.

O programa Pasto Extraordinário traz notícias, curiosidades e conteúdos especiais sobre manejo de pastagem, formação de pastagem e controle de ervas daninhas. Dessa forma, visa contribuir com o desenvolvimento da cadeia produtiva por meio de muito conteúdo relacionado aos seguintes temas: sinergia, sustentabilidade, socioeconômico e sucesso.