Blog •  21/03/2019

Qual o melhor momento para comprar bezerros?

Autor:  Breno de Lima, Zootecnista
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Qual o melhor momento para comprar bezerros?

Em um sistema de recria e engorda, nem sempre aquele que compra o bezerro mais barato tem o melhor retorno econômico, pois há variáveis que devem ser levadas em consideração.

O bezerro representa cerca de 60% do custo de produção de um sistema de recria e engorda. Devido a essa participação significativa, uma aquisição equivocada pode causar prejuízo financeiro ao produtor. Isso torna a estratégia de comprar bezerros fundamental para o sucesso da atividade.

Na aquisição, o produtor deve avaliar a qualidade dos animais, o preço e a disponibilidade de capim na fazenda. O equilíbrio dessas três variáveis permite a escolha dos animais que melhor se adéquam à proposta do pecuarista, no momento mais favorável.

É fato que a procura será pelos animais de maior qualidade, com menor preço e no período em que as pastagens estão com alta capacidade de suporte. Mas nem sempre isso é possível, e é preciso cautela para escolher o melhor momento para a compra.

Uma ferramenta que auxilia nessa decisão é a análise da sazonalidade de preços do bezerro ao longo do ano. Embora não seja uma regra, a sazonalidade retrata os comportamentos mais observados nos últimos anos, permitindo relativa previsibilidade ao produtor.

Tomando São Paulo como base, de 2000 até hoje, na média de todos os anos, as cotações para o bezerro de desmama (6@) atingem seu maior patamar de preços entre abril e maio, e os menores preços ocorrem com maior frequência em janeiro.

Figura 1. Média das cotações mensais do bezerro de desmama, anelorado (6@), em R$ por cabeça, em São Paulo, de janeiro de 2000 a dezembro de 2018, em valores corrigidos pelo IGP-DI.

Fonte: Scot Consultoria

Vale frisar que em um sistema de recria e engorda nem sempre aquele que compra o bezerro mais barato tem o melhor retorno econômico. Como mencionado, além do preço, outras variáveis são importantes e pesam no resultado final.

Prós e contras em comprar o bezerro na alta e na baixa.

  • No período de alta

Durante abril e maio, a reposição é maior, pois geralmente é nesse período que se concentra um maior volume de venda de boi gordo, a desova de final de safra e, consequentemente, os pecuaristas saem às compras para repor o rebanho.

A compra da bezerrada nesse período tende a diminuir o poder de compra do recriador, pois, além das altas nas cotações do bezerro (aumento do custo), devido à desova de final de safra, as cotações da arroba do boi gordo são pressionadas para baixo (queda na receita).

Por outro lado, os bezerros desmamados em abril e maio são aqueles que nasceram ao final do período seco e aproveitaram toda a safra de capim durante o período das águas, o que naturalmente garante maior qualidade (ganho de peso e desempenho geral) dos animais.

Lembrando que os primeiros meses de vida são essenciais para a formação do animal, e um bezerro bem formado, que apresenta boa saúde e bons aspectos zootécnicos (ganho de peso, precocidade, peso ao desmame, etc.), tem maior potencial.

Outro ponto a ser destacado é que em junho, em geral, a seca já está estabelecida, sendo assim, logo após a compra dos bezerros (abril e maio) é preciso investimentos em nutrição para os animais não perderem o peso. Esse custo imediato com a nutrição também deve ser provisionado

  • No período de baixa

Quem opta pela compra quando as cotações do bezerro estão em baixa, o que sazonalmente ocorre em janeiro, tende a ter melhor poder de compra, comparado com quem negocia em abril e maio.

Entretanto, os animais desmamados em janeiro são aqueles que nasceram no início do período da seca, tiveram menor oferta de forragem nos primeiros meses de vida e, consequentemente, uma pior formação.

Isso pode fazer com que o animal seja terminado tardiamente, aumentando os custos de produção e diminuindo o giro de animais da propriedade.

Por outro lado, em janeiro as pastagens estão em pleno vapor e, logo após a compra, o pecuarista pode deixar a bezerrada engordando nas pastagens a um custo imediato menor e, assim, dar um fôlego para o caixa.

Cabe a ressalva que os animais que nascem durante o período seco do ano podem receber suplementação para compensar a menor oferta de forragens, porém essa estratégia aumenta o custo de produção e normalmente esses animais (por serem mais pesados) são vendidos com preços acima das referências.

Conclusões

O melhor momento sempre será aquele que se enquadra na realidade de cada pecuarista. Portanto, não existe uma receita única para todos os casos.

Independentemente da estratégia escolhida, o pecuarista tem que saber qual é aquela que lhe garantirá maior retorno econômico. Faça as contas, analise seus custos e tome essa decisão pautada em planejamento e estratégias de acordo com o seu negócio. 

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