Blog •  22/11/2022

Ganho compensatório: o que é e seus benefícios

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O que interessa ao pecuarista: ganho de peso vivo ou ganho em carcaça?

Em sistemas de produção de carne cada vez mais intensificados, que visam redução de ciclos produtivos, maior rentabilidade e produtividade, é fundamental conhecer e saber avaliar o crescimento dos animais, com a finalidade de adotar estratégias nutricionais adequadas para cada fase, tendo em vista que a composição desse crescimento irá impactar futuramente na qualidade e quantidade de carne.

Em regiões onde os efeitos da sazonalidade das pastagens geram oscilações no desempenho dos animais, há períodos em que os bovinos podem passar por grande estresse nutricional, com baixa oferta e qualidade de alimento.

Como estratégia de sobrevivência, o organismo do animal consome suas reservas de gordura e diminui sua energia de manutenção na fase de escassez de alimento, por meio de redução do tamanho dos órgãos, principalmente pulmão, coração, fígado, rins e trato gastrointestinal, que correspondem a quase 50% do gasto de energia do animal.

Quando a oferta de alimentos é reestabelecida, o animal tende a recuperar rapidamente o tamanho dos órgãos para atender à nova demanda metabólica e digerir mais alimentos. É nesse período que ocorre o ganho compensatório, quando o animal passa a apresentar ganho de peso mais elevado do que o normal.

Existem três tipos de ganhos compensatórios (figura 1).

         I.            Ganho compensatório total: fenômeno raramente observado, que ocorre quando um animal que passou por restrição alimentar supera o ganho de peso de animais que não sofreram restrição.

       II.            Ganho compensatório parcial: é mais comum e ocorre quando os animais em restrição ganham peso, mas não atingem peso de abate na mesma idade dos animais que não sofreram restrição.

     III.            Ganho compensatório nulo: nesse caso, os animais que passaram por restrição ganham o mesmo peso dos animais que não passaram por restrição, atingindo peso de abate tardiamente.

Figura 1.
Tipos de ganho compensatório

Fonte: Fontes et al. (2007) / Adaptado por Scot Consultoria

Muitos pecuaristas se empolgam ao observar ganhos além do esperado em animais com ganho compensatório, mas alguns cuidados ao interpretar esse resultado devem ser tomados, pois esse ganho é considerado vantajoso para quem comercializa animais com base no peso vivo, o que é menos praticado atualmente.

Para quem comercializa bovinos com base no rendimento de carcaça (mais comum), o resultado pode surpreender negativamente. Isso ocorre porque o maior crescimento no ganho compensatório é em vísceras, componentes considerados não carcaça e, portanto, não remunerados ao pecuarista.

Para quem vai adquirir um animal que passou por restrição alimentar, o menor preço e custo com alimentação pode ser atrativo, mas vale considerar que esse animal terá seu potencial genético de ganho comprometido. Além disso, fatores como idade do animal, severidade e duração da restrição alimentar podem influenciar na variabilidade das respostas dos animais em ganho compensatório.

Em estudo realizado por Fontes et al. (2007), concluiu-se que animais que sofreram restrição alimentar em pastagem tiveram maior ganho de peso corporal na fase inicial do confinamento. No entanto, esse maior ganho de peso corporal dos animais em crescimento compensatório não aumentou o ganho de carcaça e, portanto, não resultou em maior valor comercial desses animais.

Esses resultados corroboram com o estudo realizado por Barbosa et al. (2016), em que o efeito do ganho compensatório foi pequeno ou até mesmo nulo no sistema de recria e engorda precoce com terminação em confinamento.

Diante do conceito apresentado, o pecuarista precisa analisar suas condições para uma assertiva tomada de decisão. Em uma atividade de alto risco como a pecuária, reduzir ciclos produtivos é fundamental, sendo que adotar adequadas estratégias de manejo de pastagens e suplementação pode explorar o máximo potencial genético do animal para maior rendimento de carcaça, mesmo em períodos de baixa oferta de forragem (REIS et al., 2012).

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Referências Bibliográficas

Barbosa, F.A, Bicalho, F.L, Graça, G.H.B. et al. Ganho compensatório do desempenho e eficiência econômica de novilhos nelore submetidos a diferentes regimes alimentares. Animal Science And Technology And Inspection Of Animal Products Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 68 (1) 2016.

Fontes, C.A.A, Guimarães R.F.M et al. Avaliação do ganho compensatório em novilhos mestiços Holandês-Gir: consumo e desempenho. R. Bras. Zootec. 36 (3) Jun 2007.

REIS, R.A.; RUGGIERI, A.C.; OLIVEIRA, A.A. et al. Suplementação como estratégia de produção de carne de qualidade em pastagens tropicais. Rev. Bras. Saúde. Prod. Anim., v.13, p.642-655, 2012.