Conheça o barreirão, sistema que visa a integração de recursos em busca de maximizar eficiência e produtividade dentro da propriedade agrícola.
Um dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária mais utilizados pelos produtores, e também reconhecido, é o sistema barreirão. Utilizado há mais de 30 anos, é uma prática agrícola que visa a recuperação e renovação de pastagens por meio do emprego de culturas anuais cultivadas ao mesmo momento da semeadura da forragem.
O sistema faz parte do cotidiano de diversos produtores e, da mesma forma que outros sistemas, como o Santa Fé, busca, ainda mais, a maximização do uso de áreas.
Neste sistema, culturas como arroz, milho, sorgo, milheto, forrageiras leguminosas, soja, trigo e algodão já foram descritas na literatura sendo utilizadas em consórcio com as principais gramíneas forrageiras, como as espécies de Urochloa.
A rotação de culturas é o cerne principal do sistema, que equilibra necessidades nutricionais, tanto para o solo quanto para a planta, trazendo benefícios também para o manejo integrado de pragas e doenças, ao quebrar o ciclo de pragas e proporcionar um ambiente propício para o desenvolvimento de inimigos naturais, o que gera uma diminuição na aplicação de defensivos agrícolas.
Além dos benefícios culturais, há também o econômico, visto que uma área antes dedicada apenas para pastagens agora terá a produção de grãos, ou fibras, que podem sustentar a produção pecuária, tanto pela sua comercialização direta quanto para uso na alimentação suplementar dos bovinos.
Sua utilização busca um manejo adequado da água no solo, já que garante a cobertura do solo pelo consórcio de plantas, mantendo temperatura e umidade e também auxiliando no desenvolvimento da microbiota do solo, que pode beneficiar leguminosas, como a soja, para a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN).
O sucesso do sistema barreirão dependerá de três fatores principais: o conhecimento das culturas a serem rotacionadas e integradas, a avaliação da área e das práticas necessárias para semeadura e a aquisição de materiais propagativos de boa qualidade.
A premissa inicial é de desenvolvimento de uma cultura anual, junto da semeadura da gramínea. Assim, na reforma da pastagem, em sua implantação ou em áreas de recuperação, o produtor também semeará uma cultura anual com retorno econômico (milho, algodão, arroz, soja, trigo, entre outras).
Para garantir um bom início de implementação do sistema e da pastagem, claramente, o processo necessita de uma boa avaliação sobre a capacidade produtiva (fertilidade) da área e se serão necessários processos de gradagem, subsolagem, entre outros, devido à compactação, com base na avaliação de um engenheiro agrônomo ou outro técnico especializado.
Isso vale também para questões de correção do solo e adubação, sendo a análise recorrente do solo essencial para o projeto.
Outro ponto de atenção é o surgimento de plantas invasoras.
Em um sistema onde duas espécies ou mais de interesse econômico estarão na área, uma nova espécie indesejada traria uma maior competição por luz, nutrientes e água, desequilibrando o desenvolvimento das culturas.
É fundamental, ao sistema barreirão, buscar um material propagativo de boa qualidade, com alta pureza de sementes, seja de capim, soja, milho etc., e boas taxas de germinação, para garantir que apenas o que é desejado estará na área, tanto para a forrageira quanto para a cultura anual.
Por fim, a sustentabilidade econômica e ambiental é atingida quando os conhecimentos para a utilização de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária são bem empregados. Cada vez mais, diversas culturas econômicas são implantadas dentro de uma mesma área, trazendo benefícios produtivos.
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