Blog •  11/12/2019

Raiva bovina: impactos muito além da produção

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Além de perdas decorrentes da morte de animais, a raiva é uma doença letal, que ataca humanos e outras espécies.

A raiva é uma doença do sistema nervoso central, transmitida pela mordedura de morcegos que se alimentam de sangue (hematófagos) ou pela saliva de animais doentes, mais comumente cães e gatos, por meio de mordidas.

Afeta mamíferos em geral, incluindo bovinos, cães, morcegos e humanos, caracterizando uma zoonose, ou seja, uma doença que pode ser transmitida de animais a humanos.

O animal doente, invariavelmente, morre, ou seja, tem letalidade de 100%. A letalidade é a relação entre os indivíduos mortos e os que ficaram doentes.   

Embora existam casos relatados de cura, em humanos a letalidade também é considerada como praticamente de 100%.

Destacando-se que essa taxa se refere à mortalidade em relação aos que apresentaram sintomas nervosos, não aos que foram mordidos por animais doentes ou tiveram contato com morcegos infectados, por exemplo.

Por isso, após contato com um morcego, ou ser mordido por um cão sem histórico conhecido, a pessoa deve procurar atendimento médico para iniciar o protocolo de imunização. A vacinação é efetiva nesse intervalo entre a exposição e o aparecimento dos sintomas.

Sintomas

No caso de bovinos com sintomatologia nervosa, a raiva é uma preocupação que deve estar presente no contato da equipe com os animais. Em bovinos, os sintomas mais comuns da raiva são movimentos desordenados da cabeça, alteração de reflexos e dificuldade de andar.

Depois de um tempo, os animais deitam, e o quadro evolui com movimentos de pedalagem, dificuldades respiratórias e morte. Após o início dos sintomas, a evolução, em geral, é de três a seis dias.

Existe também a evolução furiosa, menos comum em bovinos, na qual o animal fica violento, sendo esse tipo de evolução mais observada em caninos e felinos.     

Como os sintomas nervosos não são específicos, e podem confundir-se com diversas outras doenças que afetam o sistema nervoso de bovinos, é importante que a equipe da fazenda sempre tome cuidados ao manusear bovinos com sintomatologia nervosa, devido à presença de vírus na saliva e tecidos nervosos. O diagnóstico laboratorial é importante, para diferenciar de outras enfermidades do sistema nervoso.

Prevenção da raiva

A forma mais comum de infecção de bovinos é pela mordedura de morcegos, principalmente o Desmodus rotundus, a mais prevalente das três espécies existentes no Brasil. Com isso, uma parcela importante do controle da doença é feita pela eliminação do morcego.

Os morcegos costumam habitar cavernas, currais e construções abandonadas. Com isso, regiões montanhosas costumam ter mais problemas com a doença pela presença do morcego.

O controle do morcego é feito pelos serviços de saúde animal dos estados e, aliada à vacinação do rebanho, é importante na prevenção da doença. Esse controle é feito pela captura, tratamento com pastas anticoagulantes e soltura. Ao voltarem às colônias, pelo contato, há eliminação de outros morcegos, além daqueles tratados diretamente.

Também existe a possibilidade de o produtor aplicar o vampiricida (substância anticoagulante) ao redor da sugadura recente em um bovino ou equino. Normalmente, o morcego volta ao local da mordida e, nesse momento, é contaminado pelo fármaco, também levando o efeito a outros animais da colônia.   

A vacinação dos bovinos é recomendada e, em algumas regiões de risco, pode ser obrigatória. A vacinação deve ser feita aos três ou quatro meses de idade, com reforço após 30 dias e com revacinação anual.    

No caso de cães e gatos, a contaminação pode ocorrer pelo contato com morcegos, mas também por mordidas entre animais. Os humanos podem contrair da mesma forma, daí a relevância de busca de cuidados médicos em caso de mordida de cães, com destaque para animais sem histórico de vacinação. Para animais domésticos, a vacinação também é fundamental.

Leia também: Sanidade em bovinos de corte: custo baixo, risco alto

Casos no Brasil

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em 2018, foram notificados 785 casos da doença em bovinos, oito em caninos e dois em felinos no país.

Vale a ressalva de que esses foram os dados notificados. Como é uma doença que se confunde com outras, principalmente em bovinos, além de depender de diagnóstico laboratorial, muitas vezes não realizado, a subnotificação ocorre.

Além da importância econômica, a raiva é uma doença fatal também para humanos, por isso, o cuidado na manipulação de animais suspeitos e a busca por cuidados médicos precocemente, no caso de contato, são fundamentais.

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Referências (citadas e/ou consultadas)

Controle da raiva dos herbívoros. Disponível em: http://www.iagro.ms.gov.br/controle-da-raiva-dos-herbivoros/. Acesso em outubro de 2019.

GASPAR, E. B.; MINHO, A. P.; DOS SANTOS, L. R. Manual de boas práticas de vacinação e imunização de bovinos. Embrapa Pecuária Sul-Circular Técnica (INFOTECA-E), 2015.

Programa nacional de controle da raiva dos herbívoros e outras encefalopatias – PNCERH. Disponível em: http://www.iagro.ms.gov.br/programa-nacional-de-controle-da-raiva-dos-herbivoros-e-outras-encefalopatias-pncerh/. Acesso em outubro de 2019.

Quadro clínico da raiva em animais. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/instituto-pasteur/paginas-internas/o-que-e-raiva/quadro-clinico-da-raiva-em-animais. Acesso em outubro de 2019.