A importância da formação de lotes no confinamento de bovinos
A dominância de alguns bovinos sobre os demais pode gerar heterogeneidade no lote e prejudicar o seu desempenho. Saiba como evitar que isso aconteça.
A dominância de alguns bovinos sobre os demais pode gerar heterogeneidade no lote e prejudicar o seu desempenho. Saiba como evitar que isso aconteça.
No período de entressafra, aumenta-se a quantidade de bovinos confinados, em função do período seco e da queda na qualidade das pastagens. Uma das maiores preocupações dos confinadores é relacionada à nutrição dos animais, porém, a formação dos lotes no confinamento também merece atenção, já que pode haver prejuízos ao final do ciclo, caso ela não seja realizada da forma mais adequada.
Os bovinos são animais que se organizam de forma hierárquica. Por essa razão, surgem animais dominantes e dominados entre os indivíduos. A formação de lotes consiste na divisão dos animais na entrada do confinamento, visando a padronização do lote e a uniformização das carcaças no momento de enviá-los ao frigorífico, evitando que a dominância afete o ganho de peso dos animais.
É indicado que o lote seja formado no início do ciclo de confinamento e permaneça o mesmo até o fim, permitindo que os animais estabeleçam seu arranjo social sem gerar estresse oriundo de mudanças de indivíduos, que pode acarretar a redução de desempenho.
O produtor deve selecionar os animais de acordo com sexo, raça, idade, pesos similares e, se possível, a origem, objetivando o agrupamento de indivíduos com exigências nutricionais semelhantes. A meta é que os animais atinjam o grau de acabamento em tempos similares, e possam ser vendidos simultaneamente, sem que haja a formação de gado de “cabeceira”, “de meio” e “de fundo”.
Além dos pontos citados, uma forma de agrupar os animais é de acordo com escore corporal, gerando notas de 1 a 10 para a condição corporal. O método, apesar de subjetivo, gera uma perspectiva de tempo de cocho e de saída do confinamento ̶ já que normalmente abate-se animais de escore 7 e 8 e para aumentar um ponto de escore, o período esperado é de 40 dias.
Caso sobrem animais no lote que ainda não chegaram ao peso de venda (gado “de meio” e “de fundo”), a união com outro lote só pode ocorrer caso seja com animais de peso e características semelhantes.
Já os bois dominantes, e que causam redução de consumo de alimentos nos demais, não devem ser apartados num novo lote, apenas se for na véspera do embarque.
A dominância e a competição entre os animais sempre existirá, e temos que proporcionar as melhores condições para que isso possa ser minimizado. Assim, é imprescindível que o número de animais e o seu acesso ao cocho e ao bebedouro sejam adequados, além do área total reservada para o lote.
Em relação ao número de indivíduos no lote, é primordial entender que os bovinos conseguem estabelecer relação social com, no máximo, 150 indivíduos. Assim, a capacidade do piquete deve ficar limitada a esse número, variando de acordo com a categoria animal e época do ano.
Quanto menos erado o lote, pode-se trabalhar com lotes maiores, assim como em lotes formados apenas por fêmeas, que estabelecem menos competição.
Para o período das águas, devido à lama e à consequente queda no desempenho por diminuição da ingestão de alimentos, é recomendado trabalhar com a capacidade do piquete pela metade.
A lotação acima da recomendada pode gerar estresse, e um dos primeiros reflexos disso é a sodomia, o ato de um animal montar o outro. A sodomia também tem origem na raça e na precocidade dos animais. Por isso, é importante que os bois “sodomizados”, ou seja, os que aceitam a monta facilmente, ou os que realizam a “monta”, sejam identificados e separados.
Ainda, a divisão dos lotes com números múltiplos da capacidade dos caminhões facilita o transporte, evitando que sobrem animais para trás.
A lotação mais recomendada no Brasil gira em torno de 10 m² a 15m²/cabeça, porém, quanto menor a lotação, menos estresse e melhor desempenho são observados. Lotações de até 24m²/cabeça demonstram maiores benefícios no bem-estar dos animais, gerando maior ganho de peso.
A homogeneização do lote garante maior expressão do potencial dos animais e melhor desempenho deles, impactando o manejo diário da propriedade e o lucro do produtor.
A atual alta no custo de produção reforça a necessidade de atenção a pontos como o manejo dos lotes, fator que pode definir a rentabilidade da atividade ao final do ciclo.
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Sophia Honigmann – médica veterinária
Referência: EMBRAPA. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/202751/1/36892.pdf