Blog •  13/12/2023

Saiba como evitar o estresse bovino e garantir o bem-estar animal

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Especialista dá orientações para identificar sinais de estresse no rebanho

Entre os principais objetivos do pecuarista, estão garantir a qualidade de vida dos animais e a produtividade do rebanho, seja na produção de carne ou leite. Nesse contexto, o estresse é um dos fatores que afeta negativamente os resultados da propriedade. Entretanto, nem sempre o produtor consegue identificar os sinais que indicam que o rebanho está estressado. Para esclarecer o assunto, convidamos o pesquisador Alexandre Rossetto Garcia, da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), para conversar sobre o que é estresse na cadeia produtiva bovina, o conceito de bem-estar animal e orientações para práticas de manejo que reduzam ao máximo os estímulos que podem estressar os animais. 

Afinal o que é o estresse bovino?

Segundo Garcia, o primeiro passo é entender exatamente o significado de estresse, “considerado uma condição na qual o animal manifesta alterações biológicas ou comportamentais em função de um estímulo negativo recebido. Pode ser um estímulo do ambiente, por exemplo, o calor, ou do ambiente de produção, como privação de água ou acesso à água de má qualidade, períodos longos de restrição de alimentos ou procedimentos de manejo (transporte, formações de novos lotes ou desmame). São elementos que geram estresse, porque causam privação física ou angústia”, explica.

O comportamento dos animais é o que indicará se eles estão estressados. Alterações como aglomerações em locais de sombra ou próximo de fontes de água, menor consumo alimentar, fraqueza, marcha cambaleante e apatia são alguns dos sinais a que o pecuarista deve ficar atento. Além disso, o estresse afeta o sistema imunológico dos bovinos, fator que facilita o surgimento de doenças e prejudica a qualidade da carne. Sem contar que, se o boi não sentir confiança no ambiente, ele irá “fingir” que está bem para não demonstrar fraqueza para um potencial predador, o que significa esconder dores e emoções, dificultando o diagnóstico precoce de doenças e aumentando a taxa de mortalidade. 

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Bem-estar animal deve ser uma das prioridades da pecuária

A Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) determina que o bem-estar refere-se ao estado de um animal ao se ajustar às condições nas quais ele vive. As evidências científicas apontam que um animal é considerado em bom estado quando está saudável, bem nutrido, confortável, seguro, expressa comportamentos inatos e não sofre com estados desagradáveis, como medo, dor e angústia. 

Garcia ressalta que, quanto mais amigável for a relação entre o ser humano e os animais, melhor para ambos. Por isso, investir em práticas mais racionais no manejo do rebanho é essencial para reduzir o estresse e manter a produtividade, já que um animal estressado produz menos leite e ganha menos peso, acarretando prejuízos para o pecuarista. O pesquisador elenca algumas medidas básicas para promover o bem-estar animal na cadeia produtiva bovina, sempre com foco no respeito ao animal, como:

  • treinamento dos campeiros em manejo racional;
  • planejamento prévio das atividades em currais, para diminuir ao máximo o tempo dos animais nesse ambiente;
  •  oferta de dieta balanceada e em quantidade adequada para cada categoria, pois a falta de qualidade do alimento ou a restrição causam problemas como perda de peso, irregularidades ou supressão do cio e abortamentos;
  • disponibilização de água de qualidade em bebedouros, que devem ser periodicamente limpos;
  • oferta de sombra nas pastagens e no entorno dos currais para diminuir o estresse térmico;
  • bom manejo sanitário, pois erros nesse aspecto podem provocar adoecimento; um exemplo, no caso de vacas leiteiras, é a higiene precária na ordenha, que causa mastite, gera acidez e favorece a presença de micro-organismos no leite;
  • infraestrutura adequada e espaço para os animais;
  • abolir práticas como atitudes agressivas, gritos, uso de objetos pontiagudos e a marcação a fogo; atualmente, há mecanismos eletrônicos eficientes para identificação e controle do rebanho que favorecem o bem-estar animal. 

Para o pesquisador, é fundamental que o produtor avalie suas práticas e faça as alterações necessárias. Algumas mudanças vão exigir investimento, como melhorias da infraestrutura, e outras necessitam apenas de treinamento de disponibilidade de tempo. Um exemplo é a vacinação. Quando os animais não são contidos individualmente para a aplicação da vacina, aumentam-se as chances de acidentes para o operador e para o gado e a incidência de reações vacinais indesejáveis. “Essa é uma atitude que contraria uma boa prática de manejo. Aquele pouco tempo que o pecuarista economizou é perdido depois com afastamento de pessoal, tratamento de abscessos nos bovinos, sem contar os gastos com medicação e rejeição de partes da carcaça no frigorífico”, observa.

Nutrição também é fator determinante para o bem-estar bovino

A alimentação de qualidade, com quantidade adequada para as necessidades nutricionais dos animais, assim como a hidratação, é fundamental para promover o bem-estar animal e assegurar um rebanho saudável e produtivo. Por isso, oferecer uma boa pastagem ao gado é imprescindível. Além disso, uma forragem nutritiva e com boa estrutura diminui o tempo de pastejo do animal e evita o apetite depravado (quando o animal ingere terra ou outras coisas que não fazem parte da sua dieta para suprir deficiências nutricionais). O pecuarista deve priorizar o manejo do pasto, com investimento na prevenção e controle de plantas daninhas, que prejudicam a qualidade da pastagem e ainda podem causar problemas digestivos e até a intoxicação dos animais. 

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